Não vai ter a quarta vez, não (risos).

A resposta bem humorada de Jucilei é para a estatística de que três dos 15 campeões do primeiro turno do Brasileirão na era dos pontos corridos acabaram com o vice desde 2003. Os outros 12 levantaram o troféu, objeto tão cobiçado no São Paulo desde 2012.

A seca de títulos após a conquista da Sul-Americana aumenta a pressão no líder Tricolor, prestes a abrir o segundo turno contra o lanterna Paraná, nesta quarta-feira, às 19h30 (de Brasília), no estádio Durival Britto, em Curitiba.

– Acredito que já passou da hora. O São Paulo não pode ficar tanto tempo sem títulos. Todos nós temos consciência disso. Esse ano temos de dar essa alegria para a torcida – disse.

Jucilei tem motivos especiais para saborear a liderança com 41 pontos, três acima do Internacional, segundo colocado. Ele é um dos remanescentes do grupo que brigou contra o rebaixamento, em 2017.

– Lutamos contra o rebaixamento e sempre dizia nas entrevistas que 2018 seria diferente. O São Paulo não poderia passar por isso pela sua história, seu tamanho, pelas peças que chegaram e ajudaram muito. Esse ano é alegria. A pressão é totalmente diferente, você pode sair com sua família. Todo mundo quer o título. Sabemos que falta muito, mas está muito perto. Esse é o diálogo. É focar nesse segundo turno.

O atleta se firmou após o empréstimo do Shandong Luneng, da China, e assinou contrato definitivo até dezembro de 2021. Agora identificado com o São Paulo, Jucilei mira a aposentadoria no clube.

– Me senti muito à vontade no São Paulo, apesar de ter saído de um rival (Corinthians). Quando voltei, o São Paulo me recebeu de braços abertos. Mesmo 2017 sendo um ano muito difícil individualmente fiz um bom campeonato e minha família teve um peso grande. É fundamental estar perto das pessoas que eu amo.

Jucilei aponta os reforços de Nene, Diego Souza, Everton e da volta de Reinaldo, entre outros, além da contratação da comissão técnica de Diego Aguirre como importantes para a virada do São Paulo.

O discurso do volante, inclusive, incorpora o pensamento coletivo pregado pelo treinador. Sem fazer gols desde 25 de junho de 2017, quando marcou pela única vez pelo Tricolor, Jucilei não mostra incômodo com a seca, mas sim quando o time não vence.

– Costumo falar que o Aguirre encaixou como uma luva. É um treinador muito bom e um cara sensacional. Na primeira reunião conosco falou que aqui não têm nomes e que ia jogar quem se entregasse, corresse e se dedicasse mais nos jogos. Isso está acontecendo. Particularmente quero que fique (além de dezembro) e possamos seguir juntos por mais anos para dar alegria ao torcedor do São Paulo com títulos. Também não posso deixar de falar da nossa união. Faz diferença.

Foto: Rummens